Consolidação
Ação Pela Paz inicia análise de dados dos projetos apoiados
Há cinco anos apoiando projetos sociais, a organização reúne os dados para inÃcio do processo de construção de conhecimentos
Em 2020, o Instituto Ação Pela Paz comemora cinco anos de fundação, são mais de cem projetos investidos em seis estados e com 7.153 participantes, sendo 64% de pessoas privadas de liberdade, 27% egressas do sistema prisional, 2% são seus familiares e 7% servidores públicos, de 2015 a 2019. Com objetivo de consolidar os dados e iniciar o processo de construção de conhecimento, foram selecionados os projetos para as pessoas egressas do Instituto Responsa, organização apoiada pelo Ação Pela Paz.
Rochelly Tatsuno, Analista de Projetos do Instituto, está realizando os trabalhos, para ela “a análise de dados é importante para conseguirmos medir o impacto do investimento realizado pelo Ação Pela Paz em relação as organizações apoiadas. Além disso, vejo que contribuímos com algo que é nosso pilar: a sistematização e disseminação de conhecimentos”.
Processo
Todos os projetos que apoiamos possuem indicadores quantitativos e qualitativos, que mostram as mudanças ocorridas nos beneficiários durante e após as atividades propostas. Esses dados são coletados, tratados e organizados para depois começar as análises, levantando hipóteses ou constatando fatos.
“Tenho sempre em mente algo que o Emicida, rapper paulistano, falou em entrevista ‘os dados não mentem, mas também não sentem’, então é transformar os dados quantitativos e qualitativos em informações e conhecimentos para tomadas de decisões, melhorias de processos e até mesmo ser uma ferramenta de gestão”, complementa Rochelly.
Tendência
Análise de dados é algo essencial para qualquer organização. A partir das informações, coletadas nos processos de monitoramento de indicadores e avaliação de resultados, pode-se interligar fatos e construir conhecimento. “É importante essa análise para aumentar nosso entendimento e dar clareza das informações que temos, vendo os dados e transformarmos em informação”, comenta Samuel Souza, Coordenador de Recursos Humanos do Responsa. Nos estudos sobre o Responsa, observamos que:
Segundo os dados apontados acima, constata-se que dos 317 beneficiários do Responsa, 51% são jovens entre 19 a 30 anos, 57% não possuem o ensino médio completo, apenas 18% possuem título de eleitor e 52% não possuem experiência profissional. Os fatores da baixa escolaridade e ausência do título de eleitor são quesitos que dificultam a contratação no mercado de trabalho. Assim, ações que apoiem na educação formal, qualificação profissional e na organização de documentos pessoais são importantes para o processo de (re)ocupação profissional.
A falta de experiência no mercado de trabalho é outro ponto a ser observado, pois essas pessoas ainda não possuem vivência com culturas e dinâmicas organizacionais. Portanto, formações sobre o mundo corporativo e o acompanhamento e apoio psicossocial para as pessoas egressas durante os primeiros meses após contratação podem ser necessárias. Segundo Claudia Cardenette, Diretora Administrativa do Ação Pela Paz, “estamos no início de um processo de análise de dados e levantamento de algumas hipóteses com dados quantitativos.
Os indicadores qualitativos também serão analisados. Há um caminho motivador e desafiador a percorrer para originar conhecimentos, novas compreensões e diretrizes das ações que tendem a gerar melhor resultados para contribuir com a (re)ocupação profissional para as pessoas egressas, reduzindo o reingresso ao sistema prisional”.
Para Cristiane Machado Ribas, Gestora de Pessoas do Responsa, “é essencial para qualquer área da organização ter acesso a esses dados e estudo, pois, ajuda no processo de tomada de decisão, favorece o atendimento ao público em geral, favorece na análise racional, proporcionando diferentes técnicas e formas de abordagens”
Não para por aí! Este é apenas o primeiro estudo dos dados da organização, com novos atendimentos e assistidos, este quadro irá mudar e o Ação Pela Paz estará sempre apoiando o Responsa para compreensão das demandas, identificação das principais intervenções e oportunidades a serem geradas para contribuir com a (re)inclusão social da pessoa egressa do sistema prisional.