Olhar Mais de Perto

Eu sou como você

Por Regina Borowski Tedeschi
Foto: reprodução
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“Por vezes acreditamos que somos diferentes uns dos outros porque temos pais diferentes, porque viemos de famílias distintas. Ou ainda porque temos crenças diferentes. Talvez tenhamos passado e futuro diferentes.

Da mesma forma que você é diferente para mim, eu também sou diferente para você. E, mesmo assim, nos parecemos. Porque percebo algo similar em mim, posso criar empatia com que ocorre em você.

Caminho com teu movimento.”

Estas palavras acima são de Bert Hellinger, escritas em seu livro “Mística Cotidiana”. Nelas se refletem a visão sistêmica oriunda das Constelações Familiares. Um caminho de interiorização com efeito terapêutico e que vem se mostrando capaz de transformar o olhar daqueles que a ele se expõe, trazer novo significado para dores e traumas, encontrar a força de vida e realização presente em todas as famílias.

Acessível para qualquer indivíduo que queira viver esta experiência transformadora, na história familiar reside sabedoria que, às vezes, estava oculta ou pouco valorizada.

O que me motivou e motiva a tocar o atual projeto de Constelação Familiar junto aos egressos do sistema prisional e aos familiares de egressos e de pessoas privadas de liberdade é acreditar que é possível desenvolver um trabalho no qual olho para cada pessoa através da força de vida presente nela. E com isso honrar seu passado e seu destino.

Trazer instrumentos que a façam refletir sobre sua história pessoal, fazer ver que ninguém é menos ou mais, levá-los a enxergar que somos dualidade: onde há sombra, há também luz.

Um caminho no qual se enfatiza mais a auto responsabilização e menos o auto julgamento, mais a aceitação de si mesmo e dos fatos ocorridos, não de maneira submissa, mas ativa.

Porque aceitação é uma força de amor poderosa, mas também é a que mais demanda estado de presença para saber quem se é e o que é possível fazer com as capacidades e habilidades que cada indivíduo tem hoje.

Regina Borowski Tedeschi durante Constelações Familiares - Foto: divulgação
Regina Borowski Tedeschi durante Constelações Familiares - Foto: divulgação

Por meio do trabalho de meditação e exercícios sistêmicos, cada participante sente em seu corpo o que é lidar com suas crenças, com sentimentos aflitivos como a raiva, o inconformismo e com a alegria, a leveza, a esperança das experiências construtivas já realizadas.

Após um pouco mais de mês de trabalho semanal de duas horas cada, os participantes já começam a reconhecer sua capacidade de encontrar meios de ganhar dinheiro, voltar a sonhar com uma profissão e não se entregar ao pessimismo caso saia algo de diferente do planejado. Sim, estamos aprendendo a planejar.

Começam a entender que entre o sonho e o caminho para realização do sonho será necessário dedicação, novos aprendizados e criar uma nova rede de contatos. Ou seja, é preciso fazer movimento, ir em busca. Será necessário também uma mudança de mentalidade. E, nesse quesito, todo empreendedor (a) é igual, independentemente de como foi a vida até aqui.

Quando se deseja pertencer a um novo ambiente de trabalho, a uma nova profissão, é necessário se abrir e conhecer as pessoas que aí já estão, trazer o seu melhor para receber em troca mais conhecimentos e oportunidades. Aprender a dar valor a si mesmo.

Sim, tenho visto novas sementes brotarem e a desconfiança dar lugar a entrega, ao maior estado de presença e aumentar o desejo de aprender a olhar para dor sem se deixar afundar nela, mas integrá-la e dela extrair lições que construam o novo caminho.

As Constelações Familiares realizadas em grupo surpreendem por fazer aflorar questões esquecidas, liberar amarras e trazer insumos para um novo passo. Todos os presentes recebem inspiração.

Eu, depois de trilhar uma vida profissional de professora, a relações institucionais de empresa mineradora, venho construindo este meu momento profissional como facilitadora de Constelações Familiares e Organizacionais, por meio de projetos que expandam a visão sistêmica como filosofia. Com muita alegria e respeito sou grata à Ação Pela Paz pela oportunidade de viver as leis sistêmicas com o grupo.

Sinto em meu coração que quando uma pessoa vibra na sua frequência de realização mais alta, faz todas aquelas que pertencem a seu sistema familiar, a seus grupos sociais vibrarem também na mais alta sintonia.

Assim, eu também caminho com este movimento na construção de uma sociedade mais inclusiva.

Seguimos juntos. Seguimos em frente!

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