Ressocialização
Levantamento: 84% dos beneficiários do Ação Pela Paz não voltaram ao crime
Aferição da reincidência criminal é realizada anualmente pelo programa SEMEAR
Por Marcos Ferreira | Redação
De acordo com a última aferição da reincidência criminal, realizada pelo SEMEAR no estado de São Paulo, dos 9.223 participantes de projetos apoiados pelo Instituto Ação Pela Paz entre 2015 e 2021, 6.588 deixaram os presídios. Desses, 5.508 não reincidiram ao cárcere, o equivalente a 84% dos avaliados, ante a 57,5% da média nacional, segundo dados Conselho Nacional de Justiça (CNJ), lançado em 2019.
Do total de 16% (1.080 pessoas) que voltaram a cometer crimes que resultaram em prisão, 394 delas já deixaram os presídios e não retornaram até a data desta pesquisa (novembro / 2022).
Considerando a última participação dos beneficiários, 41% passaram por projetos psicossociais, 35% educacionais e 24% geração de renda.
Para Solange Senese, diretora executiva e cofundadora da organização, “a aferição possibilita a análise dos impactos dos projetos na vida de quem passa pelo sistema prisional. Conhecer os resultados dos esforços conjuntos é o ponto focal para aperfeiçoar as ações e validar o sentido do que é mais importante para a ressocialização da população privada de liberdade e egressa”.
Nesses pouco mais de sete anos de operação, Solange reforça que diversos atores relacionados à temática foram ouvidos e várias parcerias firmadas com entidades de diferentes segmentos. “Com essa base construída, o instituto criou um time de profissionais focados em levar dinamismo às atividades aplicadas dentro e fora dos estabelecimentos penais”, destaca.
Devido inconsistências na base de informações, 2.987 nomes não tiveram seus dados analisados no último levantamento, elaborado pelo DTI (Departamento de Tecnologia da Informação) da SAP - SP.
Sobre o SEMEAR
O Semear (Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando) foi criado em 2014 por meio do provimento da Corregedoria Geral da Justiça do Tribunal de Justiça de São Paulo e tem como parceiros a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o Instituto Ação pela Paz. O programa busca maior efetividade na recuperação dos presos e suas famílias.
