União de forças

Mackenzie e Ação Pela Paz firmam parceria para levar educação à egressos do sistema prisional

Entidade de ensino firmou parceria com o Ação Pela Paz durante evento no último dia 20 de abril
Fachada da Universade Mackenzie, em São Paulo - Foto: divulgação
Fachada da Universade Mackenzie, em São Paulo - Foto: divulgação

Por Marcos Ferreira | Redação

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das mais tradicionais entidades de ensino do país, firmou uma parceria com o Instituto Ação Pela Paz. Essa união tem como objetivo contribuir para a (re)inclusão social de reeducandos e egressos prisionais.

Dar ferramentas para as pessoas reescreverem a própria história é o mote principal dessa união, oficializada no último dia 20 de abril, durante uma cerimônia virtual com representantes das duas instituições.

Carregando o lema de que é preciso “semear boas sementes”, como destacado pelo reverendo Alberto Henrique, esse é um plantio que já gera bons frutos.

Um exemplo é o de Pablina Veloso, egressa que atualmente trabalha como costureira profissional e empreendedora no ramo da beleza, especializada em tranças e cabelos afro. Além de toda essa vivência, ela também cursa a graduação em gestão de recursos humanos na Mackenzie, por meio de uma bolsa de estudos concedida por essa parceria.

Pablina está se preparando para impulsionar seus projetos pessoais. Seu maior sonho é obter crescimento profissional para gerar oportunidades às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, assim como ela própria.

“O que eu puder fazer para retribuir de alguma maneira a oportunidade que estou tendo, para inserir essas pessoas no mercado de trabalho, eu irei fazer”, diz a mineira de 35 anos, natural da cidade de Belo Horizonte.

Entre as oportunidades que ela cita, está a campanha de financiamento coletivo realizada com sucesso recentemente, via uma plataforma especializada. Focada em arrecadar verba para iniciar seu negócio, Pablina também contou com a outorga da universidade na qual é bolsista.

Outro exemplo de superação surge da história de Desiree Mendes, uma paulistana que passou por unidades prisionais no passado e hoje investe seu talento no preparo e comércio de doces. Aos 43 anos, ela estagia na própria Mackenzie e teve ainda o apoio da universidade para promover uma campanha de incentivo financeiro para seu empreendimento no ramo da confeitaria.

Reunião com membros das duas instituições - Foto: reprodução
Reunião com membros das duas instituições - Foto: reprodução

Para Desiree – que já foi usuária abusiva de drogas e viveu em situação de rua na Cracolândia, região do centro de São Paulo, conhecida pelo grande fluxo de usuários de craque –, seu objetivo principal é gerar emprego e renda para pessoas com biografias semelhantes à dela.

“Sonho já é o que eu vivo hoje. Eu nunca imaginei. Há 10 anos eu não diria que estaria aqui. Eu achei que não ia sair viva daquele lugar, não achei que ia sobreviver nas ruas”, conta a mulher que é estudante do terceiro ano de gastronomia.

Na esteira de modelos de (re)inclusão social como esses, a parceria entre a Mackenzie e o Instituto Ação Pela Paz visa promover diversas novas ações para egressos do sistema prisional, sempre focado na capacitação profissional.

Outro ponto importante desse acordo, é a possibilidade de levar a uma renomada universidade diversos materiais de monitoramento de projetos realizados pelo Ação Pela Paz ao decorrer dos últimos anos. Dados relevantes relacionados à ressocialização de pessoas e outros conteúdos que agora podem ganhar novo destino.

Para Luiz Paulo Siqueira, diretor geral do Instituto Ação Pela Paz, agora a organização tem a oportunidade de contar com a “relevância de uma instituição como a Mackenzie para formular políticas públicas para a inserção de egressos à sociedade”.

E o interesse é mútuo entre as duas pontas desse acordo. “Temos em conjunto diversas ações prepositivas”, reforça a professora Ana Lúcia Fontes Vasconcelos, uma das entusiastas dessa parceria.

O Dr. Marco Tullio de Castro Vasconcelos, reitor da universidade, reforçou o valor de contribuir para uma causa desse gênero. “Não tem como tocar em um projeto como esse e não se envolver com ele”, diz. “Quem projeta algo dessa maneira sempre ganha”, ressalta o educador ao revelar seu desejo principal: “Que no futuro um dos egressos se torne professor e esteja conosco aqui”.

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