Ação pela Paz - Penitenciária II Hortolândia muda rotina com oficina de jogos recreativos

Benefício foi imediato

Penitenciária II Hortolândia muda rotina com oficina de jogos recreativos

Projeto "Conviver", apoiado pelo instituto Ação Pela Paz, beneficiou mais de 600 pessoas
Reducandos durante ação recreativa - Foto: reprodução
Reducandos durante ação recreativa - Foto: reprodução

Por Marcos Ferreira | Redação

O ano de 2020 foi repleto de desafios em todos os setores da sociedade. A pandemia da Covid-19 acarretou ainda mais questões para a vida das pessoas privadas de liberdade, interferindo em várias rotinas sociais.

Visitas presenciais e diversas atividades recreativas, fundamentais no processo de recuperação de todos que vivem em unidades prisionais, foram suspensas como forma de prevenção contra a propagação do coronavírus.

Essa realidade não foi diferente na Penitenciária Odete Leite de Campos Critter, de Hortolândia, no interior do estado de São Paulo. “Hoje os internos estão tendo visitas por videoconferência, o que é muito importante para manter o vínculo com a família, mas nada substitui o contato presencial”, explica José Aparecido Maurício Cavalcante, Diretor Técnico de Saúde.

A unidade trabalhou esse período buscando formas de gerar interatividade ao mesmo tempo que precisava cuidar da saúde dos mais de 600 reeducandos. Em meio a esse cenário, a direção de Hortolândia II, como é conhecida, implementou o “Projeto Conviver – Oficina de Jogos”.

A ação foi realizada entre os meses de setembro e novembro do ano passado e contou com o apoio do Instituto Ação Pela Paz. Semanalmente, os reeducandos participavam de umas das três rodadas de jogos de dominó, xadrez e damas.

José Aparecido lembra que “o projeto trouxe alívio e calma em um momento de muitos questionamentos por conta do turbilhão de dúvidas relacionadas ao contato da família e ausência de informações, o que gerava um clima de apreensão em todos. Os jogos vieram como um bálsamo. Era um momento de imersão no qual eles se conheciam e se comunicavam melhor”.

O diretor ressalta que os resultados foram percebidos rapidamente no comportamento dos internos. “O benefício foi imediato. Os jogos conseguiram proporcionar uma inteiração que eles nunca haviam tido aqui. Foi algo que propomos aos internos, mas eles mesmos foram os agentes multiplicadores”.

Esse projeto foi o primeiro de Hortolândia II que abrangeu os seis pavilhões da unidade, um desafio superado mesmo com uma equipe de trabalho reduzida. “O corpo funcional comprou a ideia e apoiou a reintegração ao longo dos três meses da oficina, um período inédito para nós”, lembra José Aparecido.

Estimulando as capacidades cognitivas, os jogos lúdicos, na visão do diretor, “funcionaram como uma terapia grupal. A partir disso, eles começaram a se interessar por outras iniciativas e a participar com novas ideias”.

Por meio desse movimento, os profissionais atuantes em Hortolândia II tiveram a oportunidade de conhecer os internos por outra ótica, melhorando o relacionamento entre todos, mas, para o José Aparecido, o proveito maior foi para os internos. “Notamos que a oficina era mais que acolhimento, eles se sentiam valorizados”.

O Instituto Ação Pela Paz apoiou o projeto com a aquisição dos materiais e orientações necessárias para a implementação e alcance dos resultados socioeducativos, com o objetivo de contribuir positivamente com a saúde mental dos reeducandos.

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